A necessidade de consciência fiscal do consumidor brasileiro

Uma das maiores preocupações dos cidadãos é com o seu “dinheiro”, de onde ele vem e para onde ele vai. De onde ele vem não há dúvidas: vem do trabalho diário, árduo e cansativo.

Mas e para onde ele vai? Em uma resposta rápida a maioria da população “sabe” que o seu dinheiro vai para as compras do mês. E agora, em período de festas, também logo vem à mente os gastos com presentes, férias, etc.

Porém, essa “resposta rápida” demonstra a falta de “consciência fiscal” sobre o sistema social em que vivemos. A imagem “das compras” ou “gastos” do mês esconde uma grande parcela do destino do dinheiro do cidadão. Na verdade, o produto adquirido serve apenas como “ponte” para a real destinação do dinheiro, que é o caixa do Governo (federal, estadual ou municipal)!

O sistema tributário brasileiro é extremamente criativo nas formas de retirar o dinheiro dos “particulares”: impostos (sobre importação, exportação, produção, renda, operações financeiras, propriedade rural, propriedade predial e territorial urbana, venda de bens imóveis, prestação de serviços, mercadorias, doações, propriedade de veículos); taxas (sobre quaisquer serviços prestados pelo Estado); contribuições de melhoria; empréstimos compulsórios; contribuições para a seguridade social (sobre folha de salário, sobre salário recebido, sobre faturamento, sobre receita bruta, sobre importação, sobre os jogos legalizados, sobre o lucro); contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDE); contribuição para categorias profissionais…

Com essa pequena listagem de hipóteses de incidência de tributos, fica bastante claro que é praticamente impossível que algum cidadão escape dessa cobrança oficial. Porém, uma parcela da população não “se sente” contribuinte, pois tem a falsa impressão que, por não pagar “imposto de renda”, acaba por não ter gastos com tributos! E essa é a maior de todas as demonstrações de falta de consciência fiscal!

Na verdade, qualquer tributo, incidente em qualquer fase da produção ou comercialização de bens, acaba por refletir no preço final de tudo o que consumimos. E da mesma forma a tributação dos salários pagos pelo empregador acaba compondo parcela do preço final, de forma a não gerar prejuízo.

Basta verificar os estudos do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário – IBPT (www.ibpt.org.br), para saber que os pais que conseguiram comprar um ‘vídeo game” para os filhos, no dia das crianças, pagaram, em média, 72% do preço total em tributos! E aqueles que optaram por presentear com uma bola de futebol, pagaram em média 46% em tributos! E uma máquina fotográfica representa pagar praticamente 44%.

Sobre luislicks

Advogado Tributarista e Professor de Direito Tributário e Planejamento Tributário no MBA em Controladoria e Finanças e na graduação da FACCAT/RS. Mestre em Economia e pós-graduado em Direito Tributário, em Processo Civil e em Gestão Tributária pela UNISINOS/RS.
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45 respostas para A necessidade de consciência fiscal do consumidor brasileiro

  1. Aroldo Nunes Conceição disse:

    Professora boa noite.
    A milhares de anos, tem-se conhecimento de poderosos cobrando impostos ou taxas dos povos. Era uma pratica talvez imposta no inicio com saques,pilhagem,entre povos, depois por seus senhores, depois por Reis, depois por governos e assim até os dias atuais.
    Vejo, que a evolução do homem transcorreu ativa e a selvageria das cobranças também. Hoje temos como citado no texto acima, muitas cobranças sobre o cidadão na forma de taxa,impostos de todos os matizes e nomes. No entanto resguardadas as proporções da história, a mesma INDISPOSIÇÃO de reverter estes numerários em beneficio do POVO. Não sei se no futuro teremos uma sociedade mais evoluída como humano, onde o cuidar do outro será mais importante do que cuidar de si mesmo (tipo amor de mãe). Sei que é ainda utopia pensar assim, mas só livraremos do julgo dos impostos, quando cada um dia nós, pensar mais no outro.

  2. Aislana Lara disse:

    Texto lido professor.
    Aislana Lara

  3. Guilherme disse:

    A maquina publica utiliza diversos meios como forma de arrecadação da população. A falta do conhecimento real da destinação do recurso faz com que não façamos questionamentos na compra de algum produto ou contratação de serviço, mas ao ter ao ter a consciência desta destinação (caixa do governo) é possível verificar o quanto um imposto, taxa, contribuição impacta de forma expressiva no preço final dos bens adquiridos.

  4. Júnior Pandolfo disse:

    O texto ilustra a falta de conhecimento do público brasileiro quanto a tributação nacional, e não por falta de transparência, acredito que se perdeu o interesse na economia por conta de todos os escândalos que ocorreram no governo nacional durante anos. Ao meu ver a alta tributação imposta sobre nós cidadãos, não apenas nos empobrece, mas também nos limita. Atualmente o que parece é que existem pessoas que pagam seus impostos e pessoas que recebem e vivem de impostos.

  5. Dioni Jodoé Baps disse:

    A falta deste conhecimento,saber onde está indo o seu dinheiro, é a umas das causas de a sociedade não saber como cobrar de seu governante para qual área ou setor que estao sendo direcionados seus tributos.

  6. O público, utiliza de diversas formas para arrecadar o máximo de dinheiro. O desentendimento em relação a finanças da população, faz com que seja possível, tributos, taxas… com maiores valores. Aumentando assim o valor do que o consumidor compra.

  7. Jonathas disse:

    Essa consciência é muito importante entretanto como está no texto muitos não a tem pois nossa cultura é mais de ouvir e acreditar poucos vão atrás. Sabendo disto o Estado acaba se aproveitando do povo e não nós damos conta do que realmente está acontecendo e principalmente o por que. E muito importante que todos saibam o que estão pagando.

  8. Lucas Eickhoff disse:

    e pensar que muitos pensam por não declarar imposto de renda estão livres de tributos…

  9. Vanessa Santos disse:

    É importante ter “consciência fiscal”, para que possamos entender o quanto de tributo pagamos ao Estado, Município e União, e saber que todos somos contribuintes, pois muitas pessoas compram mercadorias, pagam tributos que já estão “inseridos” no valor final e não possuem consciência disso.

  10. Tábata Reinheimer disse:

    É possível identificar que a forma de arrecadar dinheiro por parte do Estado é, digamos, invisível por parte dos consumidores. Logo que ninguém deixará de comprar algo, como um vídeo game, uma bola ou até mesmo as compras do mês devido aos tributos nos quais estão inclusos no valor atual do produto, porém estes percentuais, muitas vezes altíssimos, na sua grande maioria não são perceptíveis. O desconhecimento referente a este assunto, acredito que seja uma das principais causas das pessoas apenas acharem que sabem onde gastam seu dinheiro e não entenderem o básico sobre as arrecadações fiscais.

  11. Paloma Aline da Rosa disse:

    Texto explicativo e de suma importância para o acordar e o se dar conta do quanto pagamos e quão pouco recebemos em troca desta contribuição. E principalmente o quanto pagamento sem mesmo perceber. Eu pessoalmente acho desumano a cobrança de tanto tributos, enquanto em contrapartida para ter acesso a educação e saúde de qualidade, por exemplo, ter de se despor ao pagamento para empresas privadas. Via de mão dupla não percebida, e disposição de sobra por parte do governo para cobrar mais e mais.

    • Tamires disse:

      O texto fala muito bem sobre o que o professor explicou em aula compreendendo bem o sistema tributário e que sim pagamos tributos a tudo o que compramos.

  12. Gabriela de Araujo Fritsch disse:

    A todo o nosso redor, a tudo que compramos pagamos tributos!
    Assim como citado, pensamos que por não declarar o imposto de renda, estamos livres de uma grande parcela de contribuição ao governo, mas não pensamos por outro lado, que desde o pão que compramos no mercado já estamos pagando algum tributo ao governo. Estamos rodeados de tributos que contribuímos e muitas das vezes não vimos o resultado de onde foi o valor.

  13. Pâmela Baum disse:

    Olá!
    Ótimo texto.
    Realmente quando se fala em gastos, ligeiramente vem a memória os gastos do mês e quase nunca se é lembrado da porcentagem de tributos que pagamos sobre os diversos produtos, que basicamente se refere a quase todo ou metade do valor final da mercadoria em questão. O fato de muitos não terem a correta consciência fiscal ainda é uma triste realidade.

  14. Luis Felipe da Silva disse:

    Excelente artigo, professor!

  15. Renato Júnior disse:

    Isso faz a gente pensar o quão barato seriam as coisas sem essa longa listagem de tributos.

  16. Pagamos tributos sem perceber, estando inclusos em todos os produtos adquiridos. Não é porque não estamos pagando diretamente ao governo seja ele o IR ou IPVA que não esteja saindo do nosso bolso e indo direto para o caixa do Governo. Devemos ter consciência de que qualquer maneira estamos ajudando em suas arrecadações, e este dinheiro não necessariamento está sendo investido a fim do bem-estar do contribuinte.

  17. Stephany Rafaela Gazzola disse:

    Nós muitas vezes não temos conhecimento da quantidade de tributos que pagamos, mas tudo o que compramos e consumimos tem adicionado no seu valor final o tributo.
    Por conta disto muitas vezes acabamos por pagar um valor em tributos maior do que o valor do produto em si.

  18. Jessica da Silva Souza disse:

    Boa noite.
    Esse assunto me fez refletir o quanto nos iludimos com os valores apresentados de bens materiais , e sequer queremos tomar conhecimento quanto aos impostos ali embutidos .

  19. Fernanda Gabriela Waschburger disse:

    A Consciência Fiscal se refere a carga tributária e não é para apenas quem tem o dever legal de pagar dos tributos, como o imposto de renda, mas também sobre quem, como comprador de mercadorias ou tomador de serviços, paga um preço no qual estão embutidos os tributos.

  20. Anderson disse:

    Tributos, palavra que assusta muitos brasileiros, mas, com todo este cenário de tributação, somos predadores e não temos como escapar, essa é a realidade. No meu entendimento, acho correto cobrança de tributos aos produtos e serviços que giram no brasil, porem os valores de % deveriam ter um modelo mais agradável e não assustador, sendo assim, iriamos gerar mais comercialização em todos os segmentos de mercado.

  21. Herick William Freitag disse:

    Realmente as artimanhas linguísticas para ocultar o verdadeiro destino do salário de cada contribuinte são, no mínimo, de ‘extrema criatividade”. Aliado a falta de consciência em assuntos como política, economia e mercado, temos uma população sendo conduzida ás cegas pelos caminhos traçados por cada governante.

  22. Eduarda Vanessa Filipiak disse:

    Essa conscientização sobre o que pagamos, de fato, deveria haver desde cedo, talvez assim, as pessoas soubessem exigir melhor os seus direitos básicos, sabendo exatamente sobre o tanto de tributos que estão pagando. Desde as nossas necessidades básicas, por exemplo, pagamos altos tributos em produtos do supermercado, da farmácia e etc.

  23. Karen Brito Benedetti disse:

    Ótimo texto! Ao meu ver devemos ter consciência de que parte do que compramos vai para o fisco, em muitas das vezes mais que a metade, para melhor administrar nossa renda.

  24. João Batista. disse:

    Como vemos formas de arrecadação não falta aos Governos (federal, estadual e municipal). Pena que o retorno ou a administração deste dinheiro não parece estar sendo realizada de forma a refletir aos maiores contribuintes desse montante “de dinheiro”..

  25. Inajara de Oliveira Abreu disse:

    Verídico, muitas pessoas desconhecem o destino do dinheiro que arduamente é adquirido, assim como, do alto índice de tributos que compõe os produtos e serviços consumidos, que torna a renda do brasileiro cada vez mais aquém para suprir suas necessidades.

    • Josiane Fagundes da Silva disse:

      É tudo tão automático, tanto a entrada quanto a saída de dinheiro que por vezes não paramos para refletir sobre o destino do dinheiro. Por se tratar de na maioria das vezes o dinheiro acabar sendo gasto em caso de necessidade passa despercebido.

  26. Adriana de souza disse:

    Tudo que compramos e consumimos tem tributos embutidos aos qual sabemos que não é se trata do valor original e sim o que está agregado nele, e um grande percentual são tributos e, não podemos nem parar de comprar e consumir pq tem a questão de necessidade.

  27. Jessé disse:

    De fato o imposto esta inserido em tudo que fazemos, porém não devemos demoniza-lo, afinal de contas, seu objetivo é melhorar a vida das pessoas. O grande problema aqui é a forma de como este recurso é administrado.

  28. Angélica M Wirth disse:

    Ótimo texto,
    nos faz pensar no quanto pagamos em tributos na aquisição de mercadorias. E nos faz repensar no que realmente é necessário para que possamos controlar os itens de consumo.

  29. Vinícius Meneghini Böck disse:

    Ainda que as pessoas tivessem noção de quão baixa a taxa de retorno de todos estes tributos é. Mas mal se sabe o quanto se paga, quem dirá o quanto volta.
    Acredito que a cobrança acima do estado precisa começar cedo e ser incentivada, precisamos, como sociedade, exigir mais transparência e responsabilidade com os gastos de dinheiro público.

  30. Alano Fleck disse:

    Essa inconsciência do provo brasileiro sobre as políticas fiscais e o uso do seu dinheiro pelo governo, em grande parte, se deve ao fato da alta complexidade do sistema fiscal, apresentando aos contribuintes as tributações em cascata, “pode dentro” dos produtos, entre outras sistemáticas que parecem ser feitas para confundir o contribuinte sobre a enorme e pesada carga tributária brasileira. Vejo que seria necessário incluir na grade curricular das escolas este assunto, bem como educação financeira.

  31. Bruna disse:

    Concordo com o texto, e vejo que para muitos é desta forma mesmo, as pessoas não se organizam, e muitas vezes não sabem onde investem o seu dinheiro, pois não não tem conhecimento dos impostos que pagam!

  32. Kelly Pinheiro disse:

    Através do texto podemos perceber que pagamos por tributos para tudo que compramos seja em serviços ou produtos, mesmo parecendo invisível ele está lá, ele também influencia muito no preço final da mercadoria.

  33. William Masera Valandro disse:

    Com este texto fica bastante claro que os contribuintes não são somente os que pagam imposto de renda, temos inúmeras formas de pagar tributos, seja à união, estados ou municípios.

  34. Tayla Vitória da Luz Barbosa disse:

    Lido!
    Realmente.. É incrível como vivemos diariamente pagando e consumindo diversos produtos e serviços automaticamente, e nem paramos para perceber e verificar a porcentagem de tributo sobre tudo que compramos.

    Aluna FACCAT.

  35. Andreia disse:

    Em tudo pagamos impostos, se não bastasse isso ainda tem mais o emposto de renda.

  36. Larissa Manoela dos Santos. disse:

    Infelizmente, grande parte da população não possui a consciência sobre a alta carga tributária que é imposta nos produtos básicos que são adquiridos diariamente.

    • Julie Hunsche disse:

      Grande parte da população nao tem ciência de quanto paga em impostos, tributos e taxas, mas sente que é um valor exorbitante que infelizmente não retorna da maneira adequada. Este um caso que exemplifica a importância da educação financeira e da política fiscal, que já deveriam ser anexadas ao currículo da educação básica.

  37. Rúbia Negri disse:

    Realmente a maioria dos brasileiros não tem ideia do quão alto é o valor de impostos e tributos que cada um paga em compras do dia a dia, por menor que essa ação seja ou tenha importância em sua rotina. São impostos, tributos e taxas que nem sempre tem sua arrecadação totalmente destinada ao contribuinte. Ao meu ver o problema em si não está na alta carga tributária e em sua arrecadação, mas na destinação que é dada a ela. O Brasil é a 9ª maior economia mundial, mas o valor da arrecadação não é retornado em benefícios para o povo em valor integral, uma vez que esses não são muito bem aplicados nas necessidades básicas do povo, como saúde, educação, segurança pública, e outros aspectos relativos a uma melhor qualidade de vida de todos que aqui vivem.

  38. Natália Gabriela dos Reis disse:

    A Consciência Fiscal é algo pouco recorrente entre os brasileiros, apesar de muitos pensarem que a carga tributária consiste em impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios, por exemplo, não verificam a presença dessa em suas compras diárias. Contudo, a carga tributária excede sobre todos os produtos disponíveis no mercado envolvidos na circulação econômica, atuante na Política Fiscal, especialidade da Política Econômica.

  39. Graziela Klein disse:

    Cada dia se faz mais importante termos o conhecimento do destino do nosso dinheiro, desde os descontos na folha de pagamento, até nos impostos a respeito dos itens que compramos.

  40. Eduarda Souza disse:

    Em tudo que adquirimos, estão inclusas altas cargas tributárias, porém não costumamos verificar de fato esse número expressivo. Devemos ter “consciência fiscal” para questionarmos para onde essa arrecadação está sendo destinada.

  41. Leonardo Kraetz disse:

    A maioria de nos não temos a consciência de onde vem os impostos, apenas pagamos por determinado produto ou serviço e definimos se precisamos ou não. Se realmente soubéssemos o quanto de impostos pagamos…

  42. CARLA SCHEFFER disse:

    Tudo é tributável ainda mais no Brasil, esse custo Brasil pagamos como pessoas físicas e jurídicas não tem pra onde escapar.

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